Zircão (Zircon)

 

O zircão é um ortosilicato de composição química ZrSiO4, muito comum em rochas ígneas, metamórficas e sedimentares. Seu nome derivou do Arábico, onde era chamado de zargun (zar = ouro e gun=cor) devido a sua cor dourada, sendo renomeado em 1783 por Abraham Gottlob Werner para o nome zircão, devido a alta quantidade do elemento zircônio que este mineral possui.

É um mineral muito usado para se obter idades e outras informações isotópicas das rochas, pois assimila uma quantidade relativamente alta de U e Th durante a sua formação (ambos elementos são utilizados para se datar uma rocha). Além disso, o zircônio presente em sua estrutura cristalina pode ser substituído por outros elementos como Hf, Y, ETR (Elementos Terras Raras), U e Th permitindo muitas técnicas isotópicas neste cristal (métodos como Sm-Nd e Lu-Hf).

Uma característica interessante deste cristal é que ele sofre o processo de decaimento radioativo, que quebra sua estrutura cristalina e o transforma em um mineral amorfo e com halos pleocróicos, sendo chamado de melaconita.

 

Propriedades diagnósticas

HÁBITO: Prismático curto e longo ou granular.

COR: Incolor a acastanhado (geralmente em rochas metasomatizadas).

CLIVAGEM: Ruim, fraturas são mais comuns.

RELEVO: Muito alto.

BIRREFRIGÊNCIA/CORES DE INTERFERÊNCIA: Muito alta, apresentando tonalidades de terceira ordem. Os cristais metasomatizados tendem a se tornar a se tornar isotrópicos, reduzindo a birrefringência.

EXTINÇÃO: Paralela ao maior eixo do cristal.

MACLAÇÃO: Ausente.

SINAL ÓPTICO: Uniaxial (+). As variedades metasomatizadas podem ser biaxial (-) com 2V pequeno

ELONGAÇÃO: Positiva.

ALTERAÇÕES: Melaconita (zircão metamítico)

OCORRÊNCIA: O zircão é um mineral acessório comum na maioria das rochas. Em rochas plutônicas félsicas ocorrem como pequenos cristais prismáticos bem formados e geralmente inclusos em outros minerais. Quando cristais de zorcão ocorrem inclusos em biotita ou hornblenda formam os halos pleocroícos. Também pode se formar como cristais maiores, como em pegmatitos e nefelina sienitos. Em rochas máficas, também se formam como pequenos cristais prismáticos, porém em menores quantidades que em rochas félsicas. Em rochas metamórficas, é estável em todos os graus, sendo encontrado muitas vezes arredondados em rochas paraderivadas (como paragnaisses e granada xisto), o que pode indicar que é um mineral herdado do protólito. Também é muito comum em rochas sedimentares, pois é um mineral resistente ao intemperismo e transporte.

 

Referências

Zircon. Disponível em: http://www.alexstrekeisen.it/english/pluto/zircon.php. Acesso em: 14/11/2019.

Deer, W.A., Howie, R.A., Zussman, J. An introduction to the Rock-forming Minerals. 2 ed. London: Wiley, 1992.

Evangelista, J.E. Petrologia Metamórfica: Propriedados ópticas e ocorrência dos principais minerais metamórficos. Ouro Prteo: [s.n.], 2001.

Zircon. Disponível em: https://www.mindat.org/min-4421.html. Acesso em: 14/11/2019.

Para saber mais sobre este mineral consulte as referências e os links abaixo:

Handbook of Mineralogy: http://www.handbookofmineralogy.org/pdfs/zircon.pdf

WebMineral: http://www.webmineral.com/data/Zircon.shtml#.XekbhZNKjfZ

Museu de Minerais, Minérios e Rochas Heinz Ebert: https://museuhe.com.br/mineral/zircao-zircon

Vídeo aulas do professor Heinrich Frank: https://www.youtube.com/playlist?list=PL5k_2NCH5I4DzUoS94xImTRFGT648cque

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