Hornblenda (Hornblende)

 

A hornblenda é um mineral do grupo dos anfibólios e é muito comum em rochas ígneas e metamórficas. Recebeu este nome em 1789 por Abraham Gottlieb Werner, que baseou o nome deste mineral em um velho termo alemão para minerais escuros que não possuíam valor econômico somado ao termo “blende”, que significa enganar. O termo hornblenda é utilizado para descrever anfibólios com a composição química igual ou similar a Ca2(Mg,Fe)4AlSiAlO22(OH)2, também sendo utilizado para cristais de anfibólio cálcicos com um teor apreciável de Al. A quantidade de Si, Al, Na, Ca, Fe e Mg, além de K, Mn e Ti, variam na sua composição, formando diferente “tipos químicos” de hornblendas, onde os mais comuns são: pargasita, tschermakita, edenita, hastingsita e kaersutita.

Ocorre principalmente em rochas ígneas plutônicas intermediárias como monzonitos e dioritos, não se restringindo somente a este grupo, ocorrendo também em rocha ultrabásicas, básicas, ácidas e alcalinas. Já em rochas metamórficas ocorrem mais normalmente em rochas que sofreram metamorfismo entre as fácies anfibolito e granulito de protólito básico, como anfibolitos e gnaisses.

 

Propriedades diagnósticas

HÁBITO: Geralmente prismático curto, com seções basais losangulares ou hexagonais. Em rochas de alto grau metamórfico pode ocorrer xenoblástica (mal formada).

COR: Varia entre tons esverdeados (principalmente em tons escuros) a acastanhados e amarelados.

CLIVAGEM: Típica, formando ângulos próximos de 120°/60º entre as clivagens na seção basal.

RELEVO: Moderado a alto.

BIRREFRIGÊNCIA/CORES DE INTERFERÊNCIA: Moderada, com cores entre a primeira e segunda ordem. As cores podem ser mascaradas pela intensa cor de absorção do mineral.

EXTINÇÃO: Oblíqua, chegando a até 35º nas seções alongadas paralelamente ao eixo c.

SINAL ÓPTICO: Biaxial (-) com ângulo 2V médio. Cristais de magnésio-pargasita são biaxiais (-)

MACLA: Geralmente macla simples segundo (100).

OCORRÊNCIA: A hornblenda é um mineral comum em rochas ígneas e metamórficas. Em rochas ígneas putônicas é muito comum em rochas intermediárias (como dioritos, monzonitos e tonalitos), porém também se cristaliza em rochas ultrabásicas, básicas, ácidas e alcalinas. Em rochas vulcânicas a hornblenda é mais rara, ocorrendo geralmente como fenocristais em tonalidades amarronzadas. Muito comum em rochas ígneas plutônicas é a substituição dos piroxênios presentes na rocha para hornblendas, que podem contornar os cristais de piroxênio. Em rochas metamórficas, a hornblenda é um mineral típico do metamorfismo regional, ocorrendo entre as fácies anfibolito (na verdade pode começar a se formar a partir fácies xisto verde superior) a granulito (como anfibolitos e gnaisses), em rochas de protólito básico. Também ocorrem no metamorfismo de contato de rochas básicas, caracterizando as fácies hornblenda hornfels.

 

Referências

Amphiboles. Disponível em: http://www.alexstrekeisen.it/english/pluto/amphiboles.php. Acesso em: 13/02/2020.

Deer, W.A., Howie, R.A., Zussman, J. An introduction to the Rock-forming Minerals. 2 ed. London: Wiley, 1992.

Evangelista, J.E. Petrologia Metamórfica: Propriedades ópticas e ocorrência dos principais minerais metamórficos. Ouro Prteo: [s.n.], 2001.

Hornblende. Disponível em: https://www.mindat.org/min-1930.html. Acesso em: 13/02/2020.

Para saber mais sobre este mineral consulte as referências e os links abaixo:

Handbook of mineralogy: http://www.handbookofmineralogy.com/pdfs/ferrohornblende.pdf; http://www.handbookofmineralogy.com/pdfs/magnesiohornblende.pdf

WebMineral: http://webmineral.com/data/Ferrohornblende.shtml#.XkWgEGhKiUk; http://webmineral.com/data/Magnesiohornblende.shtml#.XkWgEGhKiUk

Museu de Minerais, Minérios e Rochas Heinz Ebert: https://museuhe.com.br/mineral/hornblenda-hornblende/

Vídeo aulas do professor Heinrich Frank: https://www.youtube.com/playlist?list=PL5k_2NCH5I4CNu6oK8VF8TrID3F9ts4aa

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