A muscovita é um filossilicato de composição K2Al4[Si6Al2O20](OH,F)4, e assim como a biotita, faz parte do grupo de minerais conhecidos como micas (minerais em formato de folha). É a mica mais comum, ocorrendo em rochas ígneas, metamórficas e sedimentares, também sendo conhecida como mica branca. Quando ocorre em uma granulação muito fina, é chamada de sericita.
A muscovita forma uma série com a paragonita (membro mais rico em Na) e com a celadonita (membro mais rico em Fe e Mg), possuindo membros intermediários como a fengita (razão Si:Mg maior que 3 e substituição do Al por Mg e Fe2+). A muscovita também pode apresentar pequenos teores de outros elementos, como Mn, Li, F e Cr. Quando ocorre com quantidades elevadas de Cr2O5 (mais de 6%) é chamada de fuchsita, já quando ocorre com muito Li, é chamada de lepidolita e é considerada uma outra espécie mineral.
Os primeiros relatos de deste mineral na literatura datam do século XVII, onde este mineral era conhecido como Muscovy Glass, Cat Silver ou Lapis Specularis. O nome muscovita foi primeiramente usado por Johann Gottfried Schmeisser no ano de 1794. O nome derivou do termo Muscovy Glass, que se referia a folhas translúcidas de muscovita que eram utilizadas como vidros em janelas na Rússia e eram principalmente extraídas da Muscovy Province, também na Rússia.
HÁBITO: Tabular, pseudo-hexagonal ou lamelar (formato semelhante a escamas).
COR: Normalmente incolor, podendo ser amarelada ou esverdeada (quanto maior a quantidade de Cr na muscovita, mais esverdeada ela fica).
CLIVAGEM: Basal (001), geralmente bem formada e fácil de se identificar.
RELEVO: Baixo.
BIRREFRIGÊNCIA/CORES DE INTERFERÊNCIA: Alta a muito alta, apresentando cores de interferência do meio da 2a ordem até o início da 3a ordem
EXTINÇÃO: Extinção paralela em relação as seções longitudinais, na direção das clivagens. Apresenta diagnóstica extinção olho-de-pássaro (bird-eyes extinction).
SINAL ÓPTICO: Biaxial (-) com 2V moderado.
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES: Ilita, Hidromuscovita, Montmorilonita e Caolinita.
OCORRÊNCIA: É um mineral típico de rochas metamórficas com protólitos sedimentares (ricos em Al), como filitos, xistos e paragnaisses. Forma-se desde pressões baixas do metamorfismo de contato até pressões médias a altas no metamorfismo regional, ocorrendo desde a fácies sub-xisto verde e não estando presente somente nas fácies granulito. Nas rochas ígneas é mais escasso, porém ocorrem em magmas onde se tem sobra alumínio depois da cristalização de feldspatos, como em granitos ou granodioritos peraluminosos, ocorrendo em conjunto com a biotita, caracterizando os chamados granitos a duas micas. Também é comum em rochas pegmatíticas. Muscovita e sua variedade mais fina, a sericita, costumam ocorrer frequentemente como alteração de alguns minerais, como cristais de feldspato.
Muscovite. Disponível em: http://www.alexstrekeisen.it/english/pluto/muscovite.php. Acesso em: 21/11/2019.
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Handbook of Mineralogy: http://www.handbookofmineralogy.org/pdfs/muscovite.pdf
WebMineral: http://webmineral.com/data/Muscovite.shtml#.XdccxZNKjfY
Museu de Minerais, Minérios e Rochas Heinz Ebert: https://museuhe.com.br/mineral/muscovita-muscovite/
Vídeo aulas do professor Heinrich Frank: https://www.youtube.com/playlist?list=PL5k_2NCH5I4AZuIe9tqCq4etUT_QZ8tBq